A
relação com Mosqueiro surgiu muito cedo em minha vida. Quando nasci, meus pais
já frequentavam a Ilha e meus avós eram pessoas encantadas por suas belezas e
mistérios, frequentando suas belas praias e recantos bucólicos com assiduidade.
Minha
mãe é filha de Cláudio Baião Cardoso e neta de Francisco Xavier Cardoso.
Acometido de doença no pulmão, meu bisavô Francisco recebeu a recomendação de
mudar para Mosqueiro, pois o clima da Ilha faria bem para a sua saúde. Viúvo e
acompanhado dos dois filhos, Francisco instalou na rua
Pratiquara a farmácia Cardoso, exercendo também as funções de “juiz de paz” e de
parteiro. Não demorou muito para encontrar D. Xiquinha, casar com ela, ampliar
a família e criar raízes definitivas em Mosqueiro. Meu avô, Cláudio, passou
parte de sua infância e adolescência em Mosqueiro e frequentou os bancos
escolares do colégio “Inglês e Souza”.
Minha bisavó Sinhazinha, mãe do
meu avô Lauro, enfrentava as águas da região e de barco, juntamente com familiares e amigos, ia passar férias no sítio Conceição, localizado no litoral de
Mosqueiro banhado pela baía do Sol. Meus avós paternos, sempre que podiam,
embarcavam nos navios que faziam linha para Mosqueiro e iam desfrutar de seus
encantos. Como não tinham casa na Ilha, frequentavam o Hotel do Zacarias, no
Farol, onde dispunham de um apartamento cativo. Meu pai, ainda criança, contava
com uma pequena canoa de madeira para descobrir os primeiros mistérios daquelas
águas. Quando não iam para o Hotel do Zacarias, levavam a família para casas de
amigos que, gentilmente, cediam suas residências. Uma delas era o chalé
“Minhoto”, localizado na praia do Chapéu Virado e de propriedade do tio
Deusdeth e da tia Eunice a outra era a casa do tio Domingos e da tia Nilza,
localizada na passagem Luís Clementino.
Casado
com minha mãe, meu pai que já era frequentador assíduo daquelas praias,
adquiriu terreno na passagem Luís Clementino onde construiu sua casa,
certamente a realização de um sonho de infância, eu tinha oito anos e minha
irmã Mônica quatro. Nossa casa foi a primeira a ser construída naquele lado da
rua, uma pequena clareira foi aberta e nela lançada suas fundações. Nesta
ocasião, o Dr. Egídio Sales e sua esposa Ivete também construíam sua casa, na
esquina da mesma rua. Desta forma, foi muito cedo que comecei a descobrir os
encantos de Mosqueiro e não mais deixei de frequenta-la. Mais tarde, de posse
de algumas “ferramentas acadêmicas” pude desvendar novos encantos e interpretar
as relações entre as pessoas e destas com o ambiente, na Ilha.
A ideia de publicar o Blog Mosqueiro Pará Brasil decorreu de alguns fatores. O primeiro deles foi a necessidade frequente que alguns alunos têm demonstrado quando da realização
de seus trabalhos escolares, trabalhos de conclusão de curso, monografias de
especialização e dissertações de mestrado, todos versando sobre aspectos diversos da
ilha do Mosqueiro. Outro fator foi a quantidade razoável de trabalhos já
realizados suscitando a necessidade de reunir essas informações em um único espaço. Finalmente, a minha intenção em contribuir com uma reflexão a
respeito do significado de um plano capaz de promover o desenvolvimento
integrado e sustentável da Ilha garantindo a melhoria na qualidade de vida de
seus moradores e a satisfação de seus visitantes.
Nele disponibilizo informações sobre sua história,
a valorização da cultura local, propostas referentes ao desenvolvimento local, denúncias,
fotos, vídeos, dentre outros. Sempre haverá espaço para as pessoas se
manifestarem enviando suas contribuições para o e-mail: edujcbrandao@gmail.com que serão publicadas após passar por um conselho que irá avaliar a coerência com a sua linha editorial do Blog.
Se você se sente comprometido em fazer por Mosqueiro e
não de se fazer com Mosqueiro, participe. Todos serão sempre bem vindos.
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