Anexo da publicação "Encantos e Encantamentos em um Ilha do Rio Mar", este texto tem por finalidade auxiliar o leitor oferecendo informações referentes a termos, localidades e personagens.
ACARÁ E
VIGIA:
Municípios do estado do Pará considerados redutos cabanos.
Acará: orla do município |
Vigia: prédio histórico onde se refugiaram os "Legalistas" quando os "Cabanos" tomaram o poder. |
AGUAPÉS: Estendal de plantas
aquáticas em superfícies de rios, lagos e pantanais, formando um trançado capaz
de sustentar o peso de um homem deitado. Algumas espécies como o
aguapé-cheiroso e o aguapé-do-amazonas produzem flores das quais são extraídos
óleos essenciais usados na fabricação de perfumes.
AJURUZEIRO: Árvore frutífera
muito encontrada nas praias da Ilha do Mosqueiro. Seu fruto, pequeno, arroxeado
e com um travo que lembra o caju, é muito importante para alimentação de
diversas espécies de aves.
ALMIRANTE
ALEXANDRINO:
Os novos barcos da empresa inglesa Port
of Pará já permitiam o transporte da capital ao balneário quando o governo
estadual edificou um armazém especial para atracação dessas embarcações (Galpão
Mosqueiro e Soure) e tratou de construir uma ponte metálica na Ilha, o Trapiche
— obra, essa, inaugurada em 6 de setembro de 1908. O primeiro navio a se
destacar na linha foi o “Almirante Alexandrino” sob os cuidados do hábil
comandante Ernesto e sua tripulação que logo se tornaram queridos pelas pessoas
que utilizavam com frequência aquela embarcação.
ANIL: Um dos pigmentos naturais mais usados é o indigo (anil), substância que
tinge de azul, extraída das folhas anileiras e de outras plantas da família das
leguminosas-papilionáceas. Segundo Florestan Fernandes, foi a operação de um
engenho de anil nas proximidades da baía do Sol a responsável pela primeira
agressão ao meio ambiente na região, provocando um processo migratório dos
índios que a habitavam.
AREIÃO,
PRAIA DO:
Ou Areão. No local havia um grande areal que com o passar do tempo foi dando
lugar a uma colônia de pescadores. Moradores antigos dizem ter visto nela a
Cobra Grande (Boiúna) e a ela atribuem o movimento das areias.
BAÍA DO
GUAJARÁ: Conhecida
pelos índios pelo nome de Separará, foi dividida mais tarde em duas partes: a
primeira que vai de Belém até a ponta do Pinheiro (Icoaraci) com o nome de baía
do Guajará; e a segunda, da ponta do Pinheiro até Mosqueiro, com o nome de
Santo Antônio. Guajará é descrita como sendo uma árvore encontrada em
abundância na região de várzea. No outro lado da Ilha do Mosqueiro, separando
da Ilha de Colares, encontramos a baía do Sol.
BAÍA DO
SOL, PRAIA DA: Banhada
pela baía de mesmo nome, foi habitada por índios que cultuavam o “Deus Sol”. No
dia 22 de junho os raios solares costumam formar um ângulo de 90º com a
superfície; este fenômeno é denominado equinócio.
BENEVIDES
E SANTA BÁRBARA: Municípios
da Região Metropolitana de Belém sobre os quais atravessa a estrada que liga a
Ilha do Mosqueiro ao continente.
BISPO,
PRAIA DO: Segundo
moradores da Ilha, este nome deve-se ao fato do vulto de um bispo sem cabeça
vagar pela praia em noites de lua. O Arcebispado construiu uma casa de retiros
que depois passou para a Congregação Marista.
BOITATÁ: Gênio protetor dos
campos contra os que incendeiam as florestas. Também conhecido como batatão ou
cobra-de-fogo.
BOIÚNA:
Mboi,
cobra, una, preta. Cobra escura, Mãe-d’água, seu destaque entre os mitos da
Amazônia deve-se ao fato de transformar-se nas mais variadas figuras: navios,
vapores, canoas... Ela engole as pessoas. Tal é o rebojo provocado, quando
atravessa o rio, e o ruído produzido, que tanto recorda o efeito da hélice de
um vapor. Os olhos grandes assemelham-se a dois archotes, a desnortear até o
navegante. Ainda hoje, alguns pescadores se recusam a navegar na baía de Santo
Antônio, nas proximidades de uma fábrica de borracha, afirmam que a Boiúna mora
naquele canal.
BOTO: Citado como o
golfinho do Amazonas, pode ser encontrado nas cores vermelha ou cinza (Inia geoffrensis). Os moradores da
região contam que o Boto seduz as moças ribeirinhas e é o pai de todos os
filhos de responsabilidade desconhecida. Nas primeiras horas da noite
transforma-se num bonito rapaz, alto, forte, grande dançador que aparece nos bailes vestido de branco usando um chapéu para encobrir o furo
que traz na cabeça. Namora, conversa, frequenta reuniões e comparece fielmente
aos encontros femininos. Antes da madrugada pula na água e volta a ser boto.
Dona Tereza, antiga moradora de Mosqueiro, afirma ter conhecido, em sua
mocidade, uma mulher que atendia pelo apelido de Maria Lamparina, e esta teria
namorado um Boto. Com o passar do tempo, Maria Lamparina adoeceu, definhando
até a morte. Foi o Boto que veio buscá-la.
CACURI:
Tapagem,
gapuia; armadilha de origem indígena para aprisionar peixes que até hoje é
utilizada por moradores da Ilha. Com a mesma finalidade dos cacuris encontramos
na Ilha as camboas, herança cultural dos negros, lagos artificiais formados com
pedras. Quando a maré sobe, os peixes entram, quando a maré baixa, ficam
aprisionados.
CARANANDUBA,
PRAIA DO: Localizada
em região da Ilha onde havia um grande número de árvores de caranã.
Árvore de Caranã (Copernida cerifera) |
CARUARAS:
Doenças,
males ou enfermidades: cólera, sarampo, varíola, reumatismos; talvez causadas
por mau-olhado, quebranto. 1587 G. S. Souza, Notícias do Brasil: “Destes índios
(tupinambás) andarem sempre nus, e das fragueirices que fazem dormindo no chão,
são muitas vezes doentes de corrimentos a que eles chamam de caruaras, que lhes
dói as juntas”.
CARUARU:
Após
o rio Pratiquara e Itapiapanema pode-se visitar a comunidade do Caruaru, rica
na produção artesanal; tem como padroeira Santa Rosa de Lima, freira peruana
martirizada ao defender os índios; a procissão fluvial acontece no dia 31 de
agosto.
CHAPÉU
VIRADO, PRAIA DO: Colonos
portugueses fabricavam no local chapéus com abas denominadas beiras. Para
alguns historiadores a expressão “chapéu beirado” teria se convertido, com a
pronúncia portuguesa, em “chapéu birado” e depois “chapéu virado”. Outra
possibilidade é a da corruptela cabocla que identificava a beira como a parte
virada do chapéu. Nesta praia, no século XIX, cabanos entrincheirados
resistiram contra as forças do opressor e, em defesa da liberdade dos
paraenses, derramaram seu sangue.
COPAÍBA:
Óleo
medicinal extraído da copaibeira. Muito utilizado devido suas propriedades anti-inflamatórias.
CURUPIRA:
De corumi, e pira, corpo de menino, segundo Stradelli. Conhecido como demônio da
floresta, o Curupira é representado por um anão, cabeleira rubra, pés ao
inverso, calcanhares para frente. Um dos mais assustadores e populares entes
fantásticos das matas brasileiras.
EDUARDO
ANGELIM: O
cearense Eduardo Nogueira, mais conhecido como Eduardo Angelim, adotou este
nome por se tratar de uma das árvores mais duras da região. Foi o terceiro
presidente cabano, depois da queda de Félix Malcher e Francisco Vinagre; tomou
Belém pela segunda vez em 23 de agosto de 1835, à frente de um exército popular
constituído pelos extratos mais humildes da sociedade de então.
FÁBRICA
BITAR: Na
extremidade sul, identificada em mapas antigos como a “Ponta do Mosqueiro”,
tendo à frente os libaneses Simão e José Miguel Bitar, foi construída em 1925;
uma fábrica de refinamento de óleos vegetais extraídos das sementes de ucuúba,
andiroba, pracaxi, babaçu, patauá, e algodão (lançou no mercado o óleo de mesa
“Primavera” que foi premiado na Exposição de Farroupilha, em 1932). Com a
aquisição de novos equipamentos, a Fábrica Bitar passou a exportar borracha
lavada e crepada para a Europa e, depois, para São Paulo.
FURO
DAS MARINHAS: Ligação
entre as baías do Sol e de Santo Antônio, é ele que separa a Ilha do Mosqueiro
do continente. Depois de seis décadas, usufruindo do transporte fluvial para
atender moradores e visitantes, a Ilha do Mosqueiro presencia a construção da
estrada de rodagem, cuja travessia do furo das Marinhas era feita através do
sistema ferry-boats, onde balsas
procediam a travessia dos veículos (há registros de que em apenas três anos,
mais de 40 mil veículos passaram pela estrada)
e em 12 de janeiro de 1976, a inauguração da ponte em concreto (1.457,73
m) ligando definitivamente a ilha ao continente. O dia de sua inauguração foi
marcado pela primeira visita de um presidente da República às terras da Ilha.
GUARUMÃ:
Planta
palmácea da flora brasileira, também conhecida como Guarumão ou Arumã. Foi muito utilizada para embrulhar carne nos açougues de Belém.
HOTEL
DO RUSSO: Crônicas
antigas fazem referência a um francês conhecido como Mr. Pinet que construiu, próximo à praia do Chapéu Virado, uma casa de
pasto e um arremedo de hotel denominado “Hotel Balneário”. Mais tarde a
propriedade passaria às mãos do Sr. Tuñas
e depois para o casal Manoel e Gloria Tavares. Nesta oportunidade hotel já era
conhecido como o “Hotel do Chapéu Virado”. O jovem Antônio Joaquim Ferreira ao
casar-se com Carolina Tavares, filha dos Tavares, herdou o hotel que passou a
ser conhecido como o “Hotel do Russo”, graças ao seu apelido.
IARA: Significa mãe-d’água,
senhora d’água, de i, água, e ara, senhora. A pronúncia do ig do i tem feito
com que de diferentes formas se tenha escrito essa palavra; assim temos ioara,
gauara, oiara etc.
IGARAPÉ:
Denominação
amazônida para pequenos rios, ou braços de rio; podendo apresentar condições de
navegabilidade e originar-se de veios de nascentes em determinados pontos.
INGAZEIRO:
Árvore
frondosa cuja fruta é encontrada em favas e muito apreciada pelos moradores da
região. Em Mosqueiro é muito comum o "ingá de metro".
JARARACA:
Cobra
viperídea – Bothrops jararaca ou Lachesis lanceolatus. Muito venenosa, de cor parda, amarelada ou
verde-oliva escuro, com triângulos ou arcos margeados de amarelo, cabeça de
forma irregular; pode atingir até um metro e cinquenta centímetros. Seu veneno
provoca dores locais, náuseas, perturbações visuais, sonolência e hemorragias,
podendo levar à morte em curto espaço de tempo.
MANDIOCA,
FARINHA DE: Farinha produzida a partir da raiz de planta
leitosa da família das euforbiáceas
(Manihot utilíssima), cujos grossos
tubérculos radiculares, ricos em amido, são de largo emprego na alimentação.
MARAXIMBÉ:
Árvore
icacinácea – Emmotum fagifolium. O
carvão de seus galhos produz um fumeiro adequado à técnica do moqueio.
MARQUÊS
DE POMBAL: Sebastião
José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, foi nomeado pelo rei de Portugal,
D. José I, como secretário de Negócios Estrangeiros e de Guerra. Em julho de
1751, com a criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão, o governo desloca-se de
São Luís para Belém. Nesta ocasião o Marquês de Pombal nomeia o seu meio-irmão,
Francisco Xavier Mendonça Furtado, governador do Pará (1751-1759). Foi no
século XVIII que a política das sesmarias doou, para “brasileiros de
calidades”, lotes de terra, inclusive 14 áreas na Ilha do Mosqueiro.
MARUIM
E CANUARI, ILHAS DE: Ilhas
pertencentes ao distrito de Mosqueiro e integrantes de um arquipélago de 10
ilhas, localizado entre a baía do Sol e o furo das Marinhas.
MATAPI:
Armadilha
em forma cilíndrica feita com talas de palmeira, e usada por moradores da região
para capturar camarão. Durante algum tempo funcionou uma casa noturna na praia do Farol denominada de Matapi.
MATI-TAPERERÊ:
Também
conhecida como Matinta Pereira. Nome de uma pequena coruja, que se considera
agourenta. Quando em altas horas da noite, ouvem cantar a mati-tapererê, quem a
houve diz logo: “Matinta, amanhã podes vir buscar tabaco”. A pessoa que na
manhã seguinte chega primeiro àquela casa, será considerada a Matinta. Segundo
crença indígena, feiticeiros e pajés se transformam neste pássaro para se
transportarem de um lugar para o outro para exercer suas vinganças. Outros
acreditam que a Matinta é uma velha, ou velho, que anda a noite gritando
agourentamente.
MOROBIRA:
Ou
Miribyra, são índios tupinambás da aldeia de índios catequizados Moribira que
ficava na Ilha do Mosqueiro. A praia do Murubira e o rio Murubira recebem este
nome em homenagem a esses primitivos habitantes.
MURUCIZEIRO:
O
mesmo que Muricizeiro; gênero de plantas malpighiáceas.
O seu fruto, o muruci ou mirici, apresenta a cor amarela, aroma insinuante e é
muito utilizado para fazer doces e sucos. Assim como o maraximbé, o carvão de
seus galhos produz um fumeiro adequado à técnica do moqueio.
MURUCUTUTU:
Espécie
de coruja, grande, de orelhas pretas, garganta branca, plumagem amarelada por
cima e com linhas escuras. Também é conhecida como coruja-do-mato ou jurucutu.
O
BELVEDERE, O VERYER, O CANTO DO SABIÁ...: Construídos por famílias que buscavam
os encantos da Ilha e encontrados em toda a orla, apresentam fortes
características da arquitetura européia. Com telhados arrematados em
lambrequins de madeira e belos rendilhados, são protegidos da chuva e do sol
por alpendres laterais e construídos bem acima do nível do solo, garantindo
proteção contra umidade e ventilação em seus interiores. Outra característica
marcante dessas residências é a identificação das mesmas através de nomes de
família, de santos ou lugar de estimação.
O BONDE
PUXADO A BURRINHO6 E A PATA-CHOCA: O primeiro transporte oficial aproximando a
“Vila” do “Chapéu Virado” foi inaugurado em 10 de janeiro de 1904, o Ferril-Carril,
bonde com tração animal, de propriedade de Arthur Pires Teixeira. Com o aumento
de passageiros provocado pela instalação da linha fluvial Belém-Mosqueiro o
Ferril-Carril é substituído por uma pequena locomotiva, conhecida como “Pata
Choca”, que se encarregava de levar quatro ou cinco vagões.
O
CINEMA GUAJARINO: De
propriedade de Arthur Pires Teixeira, o cinema Guajarino se esforçava para
exibir os sucessos dos grandes estúdios da época. Grupos carnavalescos fizeram
grande sucesso, inclusive nas batalhas de confete da capital; é o caso dos
“Peles Vermelhas” e dos “Piratas da Ilha”.
OS
CABANOS: Integrantes
de movimento popular e nacionalista que tomou o poder no estado do Pará. A
denominação dada a estes paraenses deveu-se ao fato dos mesmos morarem em
pequenas casas no interior do Estado. Tendo nas veias o sangue tupinambá, os
heróis cabanos que lutavam contra o despotismo implantado na Província
organizaram na Ilha do Mosqueiro um núcleo de resistência. Na defesa da
liberdade, sangue cabano foi derramado alimentando aquela terra e lhe dando o
vigor que enobrece as grandes causas.
OS
SÍTIOS: Em
várias regiões da Ilha, algumas famílias, beneficiadas com concessões de Sortes
e Terrenos, construíram sítios agrícolas; são casos típicos: os “Pamplona” no
Maraú; os “Silva” na baía do Sol e no Paraíso; e os “Amador” e “Peralta” no
Carananduba. Dentre estes, destacamos a residência da família Travassos,
herdeiros dos Silva, construída em frente da praia do Paraíso e que serviu
durante muito tempo como retiro para os estudantes primários do Colégio Santo
Afonso (atualmente funciona no local o Hotel Paraíso); e o sítio Conceição,
construído pelo capitão da Guarda Imperial Leocádio José da Silva, junto com
sua esposa Maria do Carmo Silva; a localidade, inicialmente denominada de
Paraguai, recebeu esta denominação em virtude da grande devoção que a família
tinha por Nossa Senhora da Conceição. Em 10 de janeiro de 1885 a capela erguida
no local para veneração da padroeira foi abençoada pelo padre Castilho, vigário
de Benevides, por ordem de Dom Macedo Costa. Hoje a propriedade é mantida nas
linhas originais pelo bisneto do casal. Em ambas as propriedades existiram
escravos que, com o final da escravatura, continuaram trabalhando nestas
propriedades.
PARAÍSO,
PRAIA DO: No
século XIX, a família Silva construiu nesta praia um sítio tendo como padroeira
Nossa Senhora de Sant’ana. Suas águas são consideradas afrodisíacas pelos
pescadores do local. Eles dizem que, em noite de lua cheia, uma mulher sai das
ruínas do sítio para tomar banho na praia e foi ela quem encantou as águas.
PARAZINHO
E BOTAFOGO: Na
década de 1940, a vida social, artística e esportiva se processava muito em
função dos numerosos clubes ali existentes: o “Parazinho Esporte Clube”, o
“Botafogo Futebol Clube” e o “Cinco Estrelas Recreativo Clube”, todos, situados
na Vila; o “Independente Esporte Clube”, no Chapéu-Virado; O “Conceição Esporte
Clube”, em Carananduba; e o “Santa Cruz Esporte Clube” da baía do Sol. As
festas juninas tinham o seu encanto especial.
PASSAGEM
DO PAU GRANDE:
Caminho carroçável ligando a estrada do Chapéu Virado à Ponta do Farol;
posteriormente recebeu o nome de estrada do Diamante.
PAXIUBINHA: Espécie de palmeira, também conhecida como a "árvore
que anda". Ela possui a característica de trocar de lugar, como por
exemplo sair debaixo da sombra de outra árvore ou de se afastar de um caminho
feito na floresta. Quando nascem novas raízes e as outras apodrecem, ela
consegue mudar de lugar movendo seu tronco.
PEROASSU:
Líder
dos índios tupinambás que habitavam a região, por ocasião da fundação da cidade
de Belém. Conduziu sua tribo para o interior da floresta quando os engenhos de
anil contaminaram a baía do Sol.
PESTE
DAS BEXIGAS: Ou
bexigas da pele de lixa; varíola. A propagação da varíola entre os povos
indígenas provocou a destruição de aldeias inteiras.
PIRI,
IGARAPÉ DO: O
Forte do Castelo, construído por ocasião da fundação da cidade de Belém, ficava
ao lado da foz do Igarapé do Piri, utilizada pelas embarcações que abasteciam
Belém. Mais tarde, o igarapé foi aterrado e em sua foz foi construída a doca do
Ver-o-Peso.
PONTA
DO FAROL: Conhecida
por este nome em virtude da existência no local de um farol utilizado pela
navegação. Nesta região, cercada por natureza pródiga, o bacharel em Direito,
Dr. Zacharias Mártyres, grande amante do Mosqueiro, descobriu a Ponta do Farol
quando era mata virgem e só um pequeno caminho dava acesso ao local. Nela
construiu o Hotel do Farol, edificação pioneira, cuja arquitetura procurou
imitar os navios da época.
PONTA
DO MOSQUEIRO: As
praias de Mosqueiro foram palco de atividade manufatureira curiosa, exótica e fundamental
para o abastecimento da cidade (Belém) no século XVII. Na época, não dispunham
de tecnologias para a conservação do pescado e outros animais como a
refrigeração ou o sal, assim sendo, utilizavam a técnica do moqueio, que
consistia em colocar a carne da caça ou o peixe sem as entranhas, em fumeiro
próprio, de calor brando, denominado moquém.
POROROCA:
Onda,
macaréu, de alguns metros de altura; grande efeito destruidor e forte estrondo,
que ocorre no estuário do rio Amazonas.
PORTA
LARGA E O NOVA VIDA: Nas
primeira décadas do século a vida cultural em Mosqueiro era movimentada. Os
Cordões de Bicho disputavam a preferência dos moradores e o jornal O Mosqueirense promovia o concurso.
Entre os preferidos estavam o “Maçarico” e o “Boi Veludinho”, além do “Boi
Fortaleza”, do “Tatuí” e do “Jacaré”. Na hospedaria denominada Nova Vida,
membros do clube Tuna das Selvas jovens
de Belém reuniam-se para promover serenatas, o mesmo ocorria no Porta Larga, na
Vila.
PRAINHA:
Por
ser pequena e ter um charme especial. Para moradores antigos esta praia costuma
ser o refúgio predileto do Boto.
PROVÍNCIA
DOS TUPINAMBÁS: O
termo “província” é de origem européia, na verdade a nação Tupinambá ocupava o
território “descoberto” com suas aldeias e tribos, figurando nos mapas
históricos.
SAMAMBAIAS: Nome dado a várias
plantas criptogâmicas, de fetos arborescentes, das famílias das polipodiáceas, licopodiáceas e ciateáceas.
Muitas apresentam grande valor decorativo.
SÃO
PEDRO, ILHA DE: Integrante
do arquipélago que constitui o distrito de Mosqueiro, está localizada entre a
baía de Santo Antônio e o furo das Marinhas. Ainda hoje é possível ver as
ruínas de um antigo engenho bicentenário que funcionou na mesma.
SÍTIO
ESPÍRITO SANTO: Próximo
ao Caruaru encontramos o sítio Espírito Santo, local onde os cabanos estiveram
refugiados. Ainda hoje os moradores do local afirmam que, durante a fuga dos
cabanos, no poço do sítio foi jogada uma coroa do Divino Espírito Santo.
TATUOCA,
ILHA DE: Integrante
do arquipélago de Belém, a ilha de Tatuoca localiza-se entre as ilhas de
Cotijuba e Mosqueiro. Durante a cabanagem as forças legalistas instalaram em
Tatuoca a sede da Província. De Tatuoca partiu o “primeiro grupo de caçadores”
para reprimir a resistência cabana em Mosqueiro. Durante algum tempo, o
Conselho Nacional de Pesquisa manteve nesta ilha uma estação científica.
TUCUMÃ:
Espécies
de palmeiras Astrcaryun tucuma, Bacteri setosa e Acrocromia officilalis. As talas obtidas de suas palmas são
adequadas à confecção de trempes, ou grelhas, para o moqueio devido sua
característica refratária.
VIRGEM
DO Ó: O
culto à Virgem do Ó, padroeira de Mosqueiro, é o mais antigo entre os povos de
língua latina, anterior à instituição do Natal. O povo germânico denominado
Visigodo comemorava o culto à virgem da expectação no último mês do ano. No ano de 455 d.C. o culto foi levado à
Península Ibérica e em 656 d.C. o Concílio de Toledo deu formas definitivas às
comemorações e criou a imagem de uma mulher gestante, dando-lhe o nome de Virgem
da Esperança. Foram os cânticos lamentosos dos monges nos mosteiros, conhecidos
como Cântico das Antífonas (“ó adonai, guia da casa de Israel”, “ó raiz de
Jessé”, “ó chave de Davi” etc.) que fez o povo adotar a denominação de Nossa
Senhora do Ó. Em Mosqueiro, acredita-se que o culto tenha sido trazido por um
padre espanhol, no início da colonização jesuítica. No início do século XX (10
de janeiro de 1914), o Círio de Mosqueiro percorria trajeto que ia da Igreja
Matriz até a propriedade da arquidiocese, atualmente sítio dos irmãos maristas,
localizada na praia do Bispo, retornando no dia seguinte pela manhã. Em 1950, o
trajeto foi ampliado até a capela do Sagrado Coração de Jesus, no Chapéu
Virado.
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