Histórico
Entre as edificações de
Mosqueiro que causam muita admiração para alguns e curiosidade para outros,
certamente a chácara o “Canto do Sabiá” encontra-se em destaque. Primeiro pela
influência alemã na arquitetura eclética de Mosqueiro, consequentemente da
Amazônia, em segundo, pelo estilo reservado dos seus proprietários.
Localizada à rua Nossa
Senhora do Ó, no bairro da Vila, na ilha do Mosqueiro, a propriedade, onde
situa-se a chácara “Canto do Sabiá”, foi adquirida no ano de 1933, pelo Sr. Carl
Ferdinand Johannes Fechter, para ser residência de veraneio da família.
Oriundo
da região central da Alemanha, mais especificamente da cidade de Erfurt,
capital da Turingia, o Sr. “João” Fechter, como era conhecido, chegou a Belém
no início do século, por volta do ano de 1908, para trabalhar em uma firma de
exportação de produtos tropicais (castanha-do-pará, madeira, cacau e borracha)
e transações bancárias denominada Berringer
& Cia, situada na antiga Boulevard da República, atual Boulevard
Castilho França, no 36. Não há qualquer registro da entrada de
imigrantes alemães em Belém, segundo informação do consulado da Alemanha, pois
esses documentos foram confiscados pelo governo brasileiro, quando da Segunda
Guerra Mundial, sendo, atualmente, propriedade do Arquivo Nacional, localizado
no Rio de Janeiro.
Ainda
solteiro, prosperou dentro da empresa, até tornar-se, em 1923, um dos sócios majoritários
da firma, que possuía além desta em Belém uma filial em Manaus.
Já casado
com D. Emma Antoine (?/1965), também de origem alemã, com quem teve duas filhas
– Annemarie Emma e Érika Aita – O Sr. Fechter costumava frequentar a ilha do
Mosqueiro para passar temporadas com a família e amigos, dentre estes, os sócios
da firma Berringer & Cia.
Segundo
informações de D. Érika, filha mais nova do Sr. Fechter, em 1930 (ela então com
sete anos) ficavam hospedados em uma residência alugada no bairro do Chapéu
Virado, pois não tinham residência própria para hospedarem-se em Mosqueiro.
Depois
de ter sido propriedade de vários donos, o terreno onde está situada a chácara “Canto
do Sabiá” é adquirido, no ano de 1933, pelo Sr. Fechter. No local existia uma residência,
cuja distribuição interna possuía características tipicamente coloniais, ou
seja havia um corredor lateral para o qual abriam-se todas as dependências da
casa. Infelizmente, não há registro em plantas e fotografias que permitam
identificar com clareza a forma da residência original. Contou-se apenas com as
lembranças de D. Érika Aita, para obtermos tais informações.
Gradativamente,
foram feitos acréscimos na residência primitiva, para proporcionar maior
conforto para a família. Construíram-se os terraços, as varandas, os banheiros,
a torre da caixa d’água e as dependências dos empregados, nos fundos da mesma. O
declive existente possibilitou o aproveitamento do espaço sob os ambientes citados,
para a colocação de um porão, onde ficou alojado o quarto do caseiro. Estas modificações
foram realizadas pelo próprio Sr. Fechter que muito interesse demonstrava por construção.
A residência
foi adquirindo nova feição através da utilização de materiais típicos da época de
sua construção, bem ao gosto eclético. Assim as janelas receberam vidros
coloridos e os vãos em arcos pleno e abatido, ganharam vedações em madeira e
folhas almofadadas e com venezianas fixas. Nas faixadas foram acrescentadas
sacadas com guarda-corpo em balaústres, marcações em argamassa semelhantes aos
tramos do enxaimel alemão. Algumas dependências tiveram seus usos modificados,
em decorrência das introduções realizadas, como por exemplo, a transferência da
sala de visitas para a antiga sala de jantar.
Ao
redor foi construído um jardim, onde canteiros em formas geométricas, cercados
por passeios, eram primorosamente cuidados pela Sra. Fechter. Já na década de
quarenta, por volta de 1941, o Sr. Fechter adquiri terrenos confinantes ao seu
e constrói, nos fundos do terreno onde há um declive, jardins em forma de terraços
com canteiros e escadarias que dão acesso à praia do bispo.
Data
desta mesma época, a construção de uma outra casa nos fundos do terreno para ser
a casa do caseiro. O Sr. Fechter construiu esta edificação por motivos de
segurança, pois, esta parte era muito isolada do resto da propriedade devido ao
desnível existente no local.
No
ano de 1942, alguns fatos foram marcaram de forma decisiva a vida dos Fechter
e, também, por conseguinte, a chácara “Canto do Sabiá”. Em meio a Segunda
Guerra Mundial, navios brasileiros são atacados por supostos navios alemães.
Uma onda de nacionalismo invade o País, provocando uma série de manifestações
contra aqueles considerados súditos do Eixo, como eram conhecidos os alemães,
italianos e japoneses.
De
acordo com jornais da época, no dia 18 de agosto de 1942, uma manifestação de
estudantes, jornalistas, políticos e a população de um modo geral, saiu às ruas
de todo Brasil, para exigir uma atitude do então presidente Getúlio Vargas.
Os “Súditos
do Eixo” são hostilizados e têm seus patrimônios depredados e confiscados sob a
alegação de espionagem e de traição ao Brasil, sendo poupados somente aqueles
que hasteavam a bandeira brasileira em seus estabelecimentos e propriedades. Alguns
chegaram a ser presos acusados de serem espiões. Inclusive o Sr. Fechter teve a
sua residência de Belém (antiga faculdade de arquitetura da UFPA) saqueada
pelos manifestantes e onde, supostamente, foi encontrada uma emissora
clandestina.
A família
é obrigada a deixar a residência, depois de ver seus pertences destruídos pela
população enfurecida. Refugiaram-se em Mosqueiro e de lá só retornaram em 1952,
vindo o Sr. Fechter a falecer dias depois de ter chegado a Belém.
Devido
à mudança da família para a chácara, a propriedade passou por algumas alterações
para que houvesse maior conforto para os seus moradores. Foi nesta época que
construiu-se a lavanderia atrás da casa principal, no mesmo local onde existia
um caramanchão.
Outra
construção feita na época foi um chalé todo em madeira que possuía dois
pavimentos e telhado em duas águas, com presença de águas-furtadas em cada empena.
Situava-se ao lado da casa principal e foi construído pelo proprietário para
ser a casa de hóspedes, no entanto, o neto do Sr. Fechter e herdeiro da
propriedade, o Sr. Andréas Kruger relatou que o seu avô havia mandado construir
o chalé para verificar quanto tempo ele duraria nas condições climáticas da região
amazônica.
A família
morou durante dez anos na chácara, que depois da morte do Sr. Fechter, passou
um longo período fechada. Somente na década de sessenta voltou a ser ocupada pela
família, mas somente nas temporadas de veraneio.
Depois
da morte de D. Emma Antoine, a chácara passou a ser propriedade da filha mais
velha do casal Fechter, D. Annemarie. Juntamente com o esposo, o Sr. Hans-Detlev
Kruger, e o filho Andréas Kruger, passaram a residir na edificação principal,
ficando a casa do caseiro alugada para a família de veranistas e o chalé em
madeira servindo de laboratório fotográfico do Sr. Kruger. Durante este período,
a chácara pôde retomar o aspecto de outrora, devido aos cuidados de D.
Annemarie com o local.
Após
a morte do casal Kruger, no inicio de 1999, o herdeiro da propriedade, o Sr.
Andréas Kruger, passou a residir na residência principal. A casa do caseiro
voltou a ser ocupada pela família do caseiro até o início de 2000, quando foi
novamente desocupada. Segundo informações dos proprietários, voltaria a ser
alugada para veranistas. Quanto ao chalé de madeira, infelizmente foi demolido
para dar lugar a um conjunto de quartos, nos quais funciona uma pousada
totalmente destoante das demais construções existentes no local.
Atualmente,
a chácara “Canto do Sabiá” perdeu parte de suas características originais, devido
aos acréscimos realizados pelos atuais proprietários que vêm agredindo de
maneira significativa o conjunto arquitetônico do local. Estas modificações, em
nada, têm respeitado o estilo das construções mais antigas, que correm sérios riscos
de desaparecer.
Cronologia das Edificações.
As modificações
ocorridas na casa principal, descritas a seguir, ocorreram em uma construção primitiva
que existiu no mesmo local, quando da compra do imóvel pelo Sr. Johannes
Fechter. Devido à inexistência de plantas ou fotografias que pudessem orientar
quanto à disposição original desta edificação a análise baseou-se em relatos de
D. Érika Aita, filha mais nova do construtor, e de pesquisas in loco, a fim de elaborar uma planta
baixa da possível disposição interna da residência.
A cronologia
foi dividida em três etapas: a primeira corresponde ao período compreendido
entre os anos de 1933 a 1935; a segunda entre 1937 e 1942; e, a terceira entre
1942 até o ano de 1999.
1ª Etapa: de 1933 a 1935
No ano
de 1933 o Sr. Johannes Fechter adquire a propriedade, localizada na rua Nossa
Senhora do Ó, na ilha do Mosqueiro na qual existia uma residência em estilo
colonial. A esta são acrescentados, primeiro o terraço ao lado da cozinha e as
duas varandas laterais, posteriormente, foram construídos os banheiros, a
despensa, a torre com a caixa d’água e o porão; todos estes ambientes são de
tabique, mesma técnica construtiva da antiga casa.
Em seguida,
na faixada leste, é acrescentado um bay-window,
de pequenas dimensões, com cobertura de cobre abobadada e esquadrias com vidros
bisotados; utilizado para proteger a sala de visitas da incidência direta das
intempéries. Nesta modificação, ocorre a retirada das esquadrias que compunham
a antiga fachada, permanecendo apenas o vão.
A entrada
foi transferida para a lateral do terreno acarretando na mudança do uso da sala
de jantar para a de estar. A antiga sala de visitas, também tem seu uso
alterado para quarto, pois os moradores da casa necessitavam de mais este
ambiente.
Ao redor
da casa principal, foi construído um jardim tipicamente eclético com vários canteiros
ladeados de passeios com traçado geométrico, bem ao gosto da burguesia da época.
2ª Etapa: de 1937 a 1942
Nesta
etapa, poucas mudanças foram significativas na casa principal. Todavia, no
terreno, operam-se alterações de grande importância, que modificaram,
substancialmente, a fisionomia do conjunto.
Primeiro,
ocorreu a compra dos terrenos confinantes à chácara, nos quais o Sr. Fechter
construiu um chalé todo em madeira por volta de 1937, ao lado da casa
principal. Também foram construídos terraços em desníveis e escadarias,
aproveitando o declive acentuado do terreno em direção à Praia do Bispo. Nos
fundos da propriedade, à orla da praia, onde havia um terraço coberto,
ergueu-se uma edificação de formas mais simples que as da casa principal, porém
com o mesmo tratamento nas fachadas, para ser a casa do caseiro e, ao mesmo
tempo, proteger a parte posterior do terreno de eventuais invasores.
No ano
de 1941, ergueu-se um novo terraço ao lado da cozinha da casa principal, todo
em alvenaria de tijolo, para substituir o antigo de madeira.
3ª Etapa: de 1942 até 1999
As mudanças,
que ocorreram entre 1942 e 1999, foram menos intensas e com pouca alteração na
leitura do “todo”, com exceção da lamentável retirada de uma edificação, o belo
chalé de madeira.
No ano
de 1942, construiu-se a lavanderia, nos fundos da casa principal, onde antes
existia um caramanchão.
Já nas
décadas seguintes ocorreram mudanças superficiais, como a colocação de grades
nas esquadrias da fachada sul e a retirada dos pisos da varanda de acesso ao
interior da residência, do terraço dos fundos da casa e da cozinha. Também são acrescentadas
esquadrias de alumínio nos vãos da varanda da fachada norte, para proteger o
interior da residência dos objetos e lixos que eram lançados por pessoas que transitavam
ao lado da edificação, pela rua Getúlio Vargas. Estes elementos que foram sendo
inseridos na edificação não respeitaram os materiais originais,
descaracterizando boa parte da leitura original desses ambientes.
Em
maio de 1999, foi demolido o chalé de madeira, para dar lugar a uma construção
com características contemporâneas, conflitante com as demais construções. Esta
introdução foi realizada pelo Sr. Andréas Kruger, neto do Sr. Fechter e atual proprietário
da chácara, para servir de pousada nas temporadas de veraneio. Também, neste
caso, não houve qualquer preocupação em adequar esta inserção ao estilo das
demais edificações existentes no local.
O
texto que você teve a oportunidade de ler, foi extraído e adaptado da
monografia que serviu de Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal do Pará de autoria das então graduandas Maria
Claudia da Silva Faro e Ruth Helena Almeida da Silva, sob orientação caprichosa
da Profa. Ana Léa Nassar Matos, no primeiro semestre de 2000.
Como
colaborei com a pesquisa, apresentando as autoras do trabalho aos proprietários
da chácara “O Canto do Sabiá” e fornecendo alguns elementos para o resgate da
história, recebi das autoras um cópia deste valioso trabalho que possui
subsídios fundamentais para uma possível restauração e revitalização do imóvel, importantíssimo, não só para Mosqueiro, mas para o Estado do Pará e
para a Amazônia.
Sabemos
que dificuldades financeiras dos proprietários, aliadas ao desconhecimento do
valor inestimável do patrimônio têm contribuído para a sua deterioração. Também
sei que os atuais donos não se oporiam à negociação com órgãos de defesa do
patrimônio no sentido de recuperação do mesmo, evidentemente, mediante uma
indenização justa.
Fico
na esperança de que alguma autoridade sensível, inteligente e comprometida com
Mosqueiro possa “comprar” a ideia e resgatar esse tesouro de Mosqueiro e também
da Amazônia. Ainda seguem abaixo uma pequena amostra do vasto material desenvolvido
na monografia citada.
Gostei muito do que li aqui, sempre tive curiosidade em saber a história deste lugar, pois tenho 32 anos e frequento Mosqueiro nos verões desde que me entendo por gente, e me interesso não só por este mas por outros chalés e casarões antigos da ilha, como o que fica de frente a este, e o que fica na mesma rua, em frente a praia do bispo, onde um dia foi a prefeitura, bem ao lado do Belvedere que também é belíssimo. Passo em frente a eles e fico pensando quantas histórias passaram alí, quanto tempo estão lá, e como deveriam ser propriedades imponentes na época, que fazia muita gente desejar morar lá, e hoje é como se ninguém os notasse, a não ser pessoas como você, ou como eu, sensíveis a isso, com uma visão que vai além do tempo atual, além do nosso presente. Uma pena o Canto do Sabiá estar sendo deteriorado pelo tempo e pela ignorância, ele e muitos outros. Obrigada pela oportunidade de me deliciar com essas belas histórias do passado. Abraços.
ResponderExcluirSou bisneto do Sr. FECHTER e hoje em dia moro na Alemanha. Posso dizer com toda certeza que meus pais cuidam com todo amor e carinho do Canto do Sabiá, meu pai ja quis vender varias vezes, pois os órgãos públicos não estão nem aí pro patrimônio que temos e é muito despendioso para os meus pais manterem a casa em seu original. Por várias vezes tentamos verbas públicas porém nunca obtivemos resposta. Manter a casa no seu original sempre foi uma vontade dos meus pais, porém eles nao tem verba necessária para isso. E acho q isso q as pessoas nao entendem e acham que são nossa culpa.
ResponderExcluirOlá! Sou de uma família Fechter também. Gostaria de encontrar parentes meus no Brasil. Podemos conversar? Meu nome é Fernanda Fechter.
ExcluirEspero que essa reforma que está sendo feita hoje (09/05/2018) no prédio do Canto do Sabiá não venha a desfigurá-lo, pois para desfigurar um prédio antigo e bonito como esse basta querer e contar com a garantida omissão do poder público.
ResponderExcluirFico também com esperança que esta reforma não descaracterize esse importante e singular exemplar dos casarões de Mosqueiro. Esta publicação tem como objetivo oferecer elementos para intervenções como esta. Tomara que sejam consideradas.
ExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirComo fotografo e apaixonado por arquiteturas antigas,fico viajando no tempo procurando compreender o sentido e os sonhos que levaram uma pessoa a construir tão bela arte arquitetônica.Minha esposa me contatava que morou como inquilina em uma casa que ficava atrás da principal propriedade, a qual se dizia casa de boneca, ela na época tinha 8 anos hoje está com 60,porém lembra com detalhes a beleza que existia em tal construção, descreve com clareza que dormia sobre o som das ondas do mar quando esta quebrava na praia.Lembranças de uma criança de um tempo que a beleza em se viver estava em simplesmente contemplar a natureza e a simplicidade de se viver feliz.
ResponderExcluirIzamar Oliveira Neto (esposo)
Margarete Favacho Oliveira Neto (esposa)
Mosqueiro 17 de janeiro de 2020
Sr Itamar, fico feliz de ouvir esse assunto que sua esposa comentou, a casa das bonecas. Infelizmente a casa de madeira foi destruída, e como neto do Sr. Fechter, tenho procurado fotos da casa de madeira por meu avô construída, pois pretendo construir uma réplica da mesma em um terreno que temos em Castanhal. Infelizmente não temos as plantas da construção, o que dificulta bastante, e como o Sr.é ou foi fotógrafo, gostaria de que entrasse-mos em contato caso o Sr. Tenha o que lhe peço.
ResponderExcluirAtenciosamente
Giovanni Aita.
Hoje está totalmente deteriorada o declínio das escadarias coberto por mato.Um lugar infelizmente mal cuidado.Os quartos que fizeram com a aparência suja.A casa principal hoje está alugada para uma academia de ginástica. O Bisneto diz que não tem condições de manter a casa ,Então porque não vende pelo preço acessível,mais será que vao preferir que a casa principal desmorone igual a do caseiro para venderem só o terreno ,ai adeus estória,adeus canto do sábia.
ResponderExcluirIncrível só faltou citar o período que a família do Dr.joaoPenna residiu de 1956 a +-ate 1956 meu pai eu tinha 4anos passei minha maravilhosa infância lá o Canto do Sabiá e parte fundamental e linda que vivi
ResponderExcluirEu nome é Regina Heloísa Tocantins Penna de Araújo filha do Dr.Joso Penna casada com Nelson Carlos Ferreira de Araújo que lá também morou e lá iniciamos nosso namoro temos 51 anos de casados belas lembranças.
ResponderExcluirSempre frequentei Mosqueiro e amo aquele lugar! Tenho uma casa na praia do São Francisco (beira da praia) e sempre quis saber sobre a história deste casarão que me chamava a atenção quando ia ao destino da praça principal... Muita riqueza de detalhes no texto... Parabéns e obrigado pelas valiosas informações!
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