Farol de Mosqueiro

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Raimundo Assunção Cruz – o Cecy.




Filho de Mosqueiro, Raimundo Assunção Cruz, mais conhecido por Cecy, marcou seu nome na história de Mosqueiro. Aos 16 anos começou a trabalhar como motorista da Prefeitura de Belém, mais tarde, se casa com a Sra. Maria Carmem, mais conhecida como Dona Carmita, com quem constituiu família e teve duas filhas, Rosa e Regina. Sua casa ficava na primeira rua, onde hoje funcionam os Correios.

Na época em que as pessoas se deslocavam para Mosqueiro em navios, o empreendedor Cecy percebeu que as pessoas precisavam de um transporte entre a Vila e as praias, onde ficava a maior parte das casas de veraneio. Resolveu oferecer esse serviço, lançou mão de algumas economias e comprou caminhonetes Ford, algumas delas eram conhecidas como “cara de sapo”. Na maioria dos casos ele ia até as praias do Farol e do Chapéu Virado, em menor número tinham as viagens até o Muribira e o Ariramba. Para a baía do Sol o serviço era muito raro devido à distância e às condições precárias do caminho.




Com a construção da estrada, o número de carros circulando em Mosqueiro havia aumentado bastante. Mais uma vez, o inteligente Cecy percebeu que um novo filão de mercado estava surgindo – a venda de combustível. Passou a vender gasolina, em galões, em sua casa e na casa do pai dele que ficava na rua Carlos Bentes, atrás da Igreja Matriz, próxima à terceira rua. Tinham dias em que uma grande fila de automóveis se formava a ponto de dobrar o quarteirão, todos querendo abastecer. Posteriormente montou um Posto de Gasolina da bandeira ESSO equipado com bombas manuais, afinal o fornecimento de energia elétrica em Mosqueiro era deficiente. Contava ele que, em períodos de veraneio, chegava a vender até 50 tambores de 200 litros, uma façanha para a época. Transportando botijões de gás nas balsas que atravessavam o Furo das Marinhas, passou a comercializá-los juntamente com a gasolina.




Nos tempos em que a política paraense estava dividida entre Magalhães Barata e o seu grande rival, Zacharias de Assunção, o Cecy estava ao lado do Barata. Para não transportar pela ilha os correligionários do Assunção, chegou a receber do Barata uma grande soma em dinheiro, segundo declaração feita para uma revista. Outra curiosidade contada por pessoa que conviveu com o Cecy, na época em que ele tinha o Posto de Gasolina, trata-se do banco que existia na frente do Posto e que seus frequentadores davam o nome de DIVA – Departamento de Informação da Vida Alheia.

Hoje, o local onde funcionou o Posto do Cecy continua abrigando uma empresa do mesmo ramo de negócios, a venda de combustíveis. O atual proprietário do Posto, português de nascimento, mas erradicado em Mosqueiro desde 1976 e conhecido por todos como Amandio, contou que quando ele adquiriu o Posto, o Cecy tinha um contrato de dez anos com a Esso, dos quais, 2 anos já haviam passados.  Ele renovou por dez anos, cumprindo o contrato até o final, atualmente o Posto opera com a bandeira ALE.

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