Farol de Mosqueiro

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Será que a ponte está segura?

Vista aérea da Ponte Sebastião R. de Oliveira.


Ao ser inaugurada, em 12 de janeiro de 1976, a ponte Sebastião R. de Oliveira, construída sobre o Furo das Marinhas, ligou definitivamente a ilha ao continente. Foi a realização do sonho de alguns idealistas que sentiam a necessidade de facilitar o acesso à ilha do Mosqueiro. Hoje, representa infraestrutura importante para as pessoas que precisam diariamente se deslocar para trabalhar ou estudar em Belém ou em outra cidade da Região Metropolitana.

Ponte Sebastião R. de Oliveira em construção.


Preocupada com o estado de conservação da Ponte e com o fluxo diário de veículos pesados sobre ela, a Associação Pró Turismo de Mosqueiro, com auxílio do Rotary Clube e do Instituto Ampliar, promoveu uma audiência pública para tratar do assunto, no dia 14 de setembro de 2011, no salão paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Ó. Nesta audiência estiveram presentes mais de cem pessoas, entre as quais, autoridades, representantes de organizações sociais e cidadãos comprometidos com assuntos de interesse da sociedade local.

Esquema da Estrutura da Ponte 

Durante a audiência foi feita uma apresentação, com fotografias, das principais preocupações relativas à segurança da Ponte. A primeira delas dizia respeito ao tráfego de veículos bem acima do peso permitido, segundo o que dizia a placa afixada até então: Peso Máximo Permitido – 24 TON. A segunda preocupação se tratava das condições estruturais da ponte, principalmente dos pilares de aço de sustentação que ficam na maior parte do tempo submersos.

Pilar que já havia passado por recuperação, mas que apresenta avarias.

Pilar perfuração na armadura de aço

Pilares com indícios de corrosão

Pilar com perfuração acentuada

Antiga placa de sinalização indicando o peso máximo permitido

Naquela oportunidade alguns esclarecimentos foram prestados. Representante da polícia rodoviária estadual informou que o trabalho de fiscalização da corporação era dificultado porque a placa de sinalização estava fora do padrão e não havia balança na rodovia para constatar o peso dos veículos. Foi repassado aos participantes o resultado de consulta feita a especialista em superestruturas da Faculdade de Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará. Baseado nas fotografias feitas, ele apontou para a necessidade de realização de perícia técnica minuciosa para constatar os possíveis danos existentes na estrutura, depois de quase 40 anos de uso.

Veículo transportando cerâmica para Casas de Materiais de Construção em Mosqueiro

Caçamba transportando areia

Veículo transportando cimento para Casas de Materiais de Construção em Mosqueiro


Seguindo sugestão apresentada na audiência pública, a Associação Pró Turismo enviou carta ao Secretário Estadual de Transporte consultando sobre o estado de conservação da ponte e sobre a necessidade de colocação de Placa de Sinalização de acordo com o modelo previsto no Código Nacional de Trânsito. Passado algum tempo, a Placa foi substituída e cópia de um laudo, resultado de uma simples vistoria, feita por engenheiros da Secretaria, foi entregue aos membros da Associação.

Nova placa atendendo o modelo previsto no CNT

Resumindo o conteúdo do laudo, ele concluiu que está tudo bem com a estrutura da ponte e que somente alguns reparos na pista de rolamento (superestrutura) estavam sendo providenciados. Como o laudo não é resultado de uma perícia, e sim de uma vistoria feita durante uma manhã onde a maré não estava baixa a ponto de revelar os problemas verificados anteriormente, continuo preocupado. Por um lado, os pilares não foram recuperados, por outro, caminhões bem acima de 24 ton., carregados de cimento, areia e cerâmica continuam passando pela ponte.

Estado atual de alguns pilares

Indicação em Caçamba mostrando que o Peso Bruto Total - PBT está acima do limite permitido na ponte 

A intenção do Blog Mosqueiro Pará Brasil não é de promover alarmismo desnecessário, mas de alertar as autoridades responsáveis às providências que se fazem necessárias para evitar que a interdição da Ponte traga prejuízos gigantescos a quem mora em Mosqueiro e para quem busca naquelas paragens momentos de descanso e lazer. Sabemos que será muito difícil e onerosa a recuperação da estrutura da Ponte, caso ela sofra algum abalo. A ponte sobre o rio Mojú está interditada até hoje. A sabedoria popular alerta - é sempre melhor prevenir do que remediar.

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