Farol de Mosqueiro

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Elaboração do Plano de Manejo do Parque Municipal



O Brasil, em especial a Amazônia, vem abastecendo o mundo de celulose, de látex, de ouro, de ferro e de minerais estratégicos. Nas últimas décadas, foi descoberta uma nova “mina”: o fantástico potencial do turismo de natureza  que brota dos rios, das matas, das cavernas, da flora, da fauna, dos monumentos históricos e da cultura dos povos tradicionais. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT) o crescimento nos fluxos turísticos, verificados nas últimas décadas, indica que este tende a se transformar na atividade comercial mais importante do planeta, com um volume de transações maior que o da indústria automotiva e a do petróleo. O turismo praticado em áreas naturais preservadas, em particular o Ecoturismo é o segmento que vem apresentando uma das maiores taxas de crescimento anual.

Acompanhando essa perspectiva e as orientações da Conferência conhecida como Eco 92, a Prefeitura de Belém, através do Decreto no 26138/93, criou o Parque Ecológico de Mosqueiro com o objetivo de assegurar que uma extensa área natural, próxima ao perímetro urbano de Mosqueiro seja incorporada como área de espaço de lazer, cultura, turismo e preservação. Os objetivos específicos do Parque enunciados no decreto são:
Através dos decretos 28.238/95 – PMB e 28.236/95 – PMB, foi transferida a responsabilidade administrativa do Parque da Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana de Belém (CODEM) para a Fundação de Áreas Verdes (FUNVERDE. Também houve alteração da denominação que passou a chamar-se Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro.



A retificação da área, consequentemente dos limites do parque, foi feita através do decreto no 28.902/96 – PMB. Atualmente o parque compreende uma área de 207 ha, limitando-se pelo igarapé Tamanduá, pelo rio Murubira e por uma linha seca de demarcação. Hoje a Secretaria Municipal de Meio Ambiente é responsável pela gestão da área do Parque.

O Parque apresenta significativo quadro de espécies faunísticas, dentre as quais, destaca-se: a preguiça-comum, o macaco sagui, o boto tucuxi, o porco espinho, a paca, o urubu-de-cabeça-vermelha, o gaviãozinho, o pica-pau, a cobra-cipó, a sucuri, a jararaca, a cobra-de-duas-cabeças, a pescada branca, o camarão, a piranha, entre outras. MASCARENHAS (1996), registrou a ocorrência de 29 espécies de mamíferos, 35 espécies de aves, 05 espécies de lagarto, 08 espécies de serpente, 09 espécies de anfíbio e 59 famílias de artrópodes para o local.



Quanto aos ecossistemas vegetais encontra-se a vegetação de várzea, vegetação de floresta densa e vegetação secundária. Vale ressaltar a diversidade de espécies vegetais ali existentes, destacando-se a seringueira, a andiroba, as palmeiras, o ingá e outros representantes da flora amazônica.

Em termos de ambientes podemos identificar no local: floresta de várzea com presença de palmeiras, floresta de várzea com predominância de espécies de mangue, floresta de várzea de maré com espécies de mangue, floresta secundária aluvial de terra firme, floresta de várzea de maré com presença de muitas lianas, floresta de terra firme com cipó e floresta secundária de terra firme.





A perspectiva de consolidar o segmento do turismo em ambientes naturais preservados ainda pouco explorados em Mosqueiro, bem como vincular a imagem do destino com ícones da Amazônia (rio e floresta) conferem à elaboração do Plano de Manejo do parque Municipal da Ilha de Mosqueiro uma dimensão estratégica.



O Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas fiscais necessárias à gestão da unidade. Com a elaboração do Plano de Manejo do Parque o segmento do turismo de Natureza poderá se desenvolver em Mosqueiro em condições adequadas e seguras. Entre os equipamentos que poderão ser instalados estão as trilhas interpretativas e contemplativas, circuito de arborismo, dentre outros. Esta é mais uma proposta da Associação Pró Turismo de Mosqueiro que, apesar de tantos anos decorridos as administrações municipais não tomaram a iniciativa de fazê-lo.

(Fotos de Paulo Roberto e D'Arcy Albuquerque)


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