O Brasil, em especial a Amazônia, vem abastecendo o
mundo de celulose, de látex, de ouro, de ferro e de minerais estratégicos. Nas
últimas décadas, foi descoberta uma nova “mina”: o fantástico potencial do
turismo de natureza que brota dos rios,
das matas, das cavernas, da flora, da fauna, dos monumentos históricos e da
cultura dos povos tradicionais. De acordo com a Organização Mundial do Turismo
(OMT) o crescimento nos fluxos turísticos, verificados nas últimas décadas,
indica que este tende a se transformar na atividade comercial mais importante
do planeta, com um volume de transações maior que o da indústria automotiva e a
do petróleo. O turismo praticado em áreas naturais preservadas, em particular o
Ecoturismo é o segmento que vem apresentando uma das maiores taxas de
crescimento anual.
Acompanhando essa
perspectiva e as orientações da Conferência conhecida como Eco 92, a Prefeitura
de Belém, através do Decreto no 26138/93, criou o Parque Ecológico de Mosqueiro
com o objetivo de assegurar que uma extensa área natural, próxima ao perímetro
urbano de Mosqueiro seja incorporada como área de espaço de lazer, cultura,
turismo e preservação. Os objetivos específicos do Parque enunciados no decreto
são:
Através dos decretos
28.238/95 – PMB e 28.236/95 – PMB, foi transferida a responsabilidade
administrativa do Parque da Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana
de Belém (CODEM) para a Fundação de Áreas Verdes (FUNVERDE. Também houve
alteração da denominação que passou a chamar-se Parque Municipal da Ilha de
Mosqueiro.
A retificação da área,
consequentemente dos limites do parque, foi feita através do decreto no
28.902/96 – PMB. Atualmente o parque compreende uma área de 207 ha,
limitando-se pelo igarapé Tamanduá, pelo rio Murubira e por uma linha seca de
demarcação. Hoje a Secretaria Municipal de Meio Ambiente é responsável pela
gestão da área do Parque.
O Parque apresenta
significativo quadro de espécies faunísticas, dentre as quais, destaca-se: a
preguiça-comum, o macaco sagui, o boto tucuxi, o porco espinho, a paca, o
urubu-de-cabeça-vermelha, o gaviãozinho, o pica-pau, a cobra-cipó, a sucuri, a
jararaca, a cobra-de-duas-cabeças, a pescada branca, o camarão, a piranha,
entre outras. MASCARENHAS (1996), registrou a ocorrência de 29 espécies de
mamíferos, 35 espécies de aves, 05 espécies de lagarto, 08 espécies de
serpente, 09 espécies de anfíbio e 59 famílias de artrópodes para o local.
Quanto aos ecossistemas
vegetais encontra-se a vegetação de várzea, vegetação de floresta densa e
vegetação secundária. Vale ressaltar a diversidade de espécies vegetais ali
existentes, destacando-se a seringueira, a andiroba, as palmeiras, o ingá e
outros representantes da flora amazônica.
Em termos de ambientes
podemos identificar no local: floresta de várzea com presença de palmeiras, floresta
de várzea com predominância de espécies de mangue, floresta de várzea de maré
com espécies de mangue, floresta secundária aluvial de terra firme, floresta de
várzea de maré com presença de muitas lianas, floresta de terra firme com cipó
e floresta secundária de terra firme.
A perspectiva de consolidar o
segmento do turismo em ambientes naturais preservados ainda pouco explorados em
Mosqueiro, bem como vincular a imagem do destino com ícones da Amazônia (rio e
floresta) conferem à elaboração do Plano de Manejo do parque Municipal da Ilha
de Mosqueiro uma dimensão estratégica.
O Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento
nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas fiscais necessárias à gestão da unidade. Com a elaboração do Plano
de Manejo do Parque o segmento do turismo de Natureza poderá se desenvolver em
Mosqueiro em condições adequadas e seguras. Entre os equipamentos que poderão
ser instalados estão as trilhas interpretativas e contemplativas, circuito de
arborismo, dentre outros. Esta é mais uma proposta da Associação Pró Turismo de
Mosqueiro que, apesar de tantos anos decorridos as administrações municipais
não tomaram a iniciativa de fazê-lo.
(Fotos de Paulo Roberto e D'Arcy Albuquerque)
(Fotos de Paulo Roberto e D'Arcy Albuquerque)
Quem cuida dessa area, hoje?
ResponderExcluirA responsabilidade é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Cuidar????
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