Pesquisa realizada em 2011
pela Fundação Getúlio Vargas, a pedido da Embratur (Empresa Brasileira de
Turismo), revela que o gasto médio do turista estrangeiro de eventos no Brasil
é de US$ 314,70, ou seja, quase o dobro do gasto médio dos turistas de negócios
(US$ 165,14) e quatro vezes mais daqueles que vem ao país por motivo de lazer
(US$ 73,53). Este estudo ainda aponta onde esses gastos são dispendidos:
hospedagem (45,04%), alimentos e bebidas (13%), compras e presentes (11,95%),
transporte (7,62%) e cultura/lazer (7,48%). Essa pesquisa mostra de forma
contundente a importância do turismo de eventos para a economia brasileira e
para aqueles destinos com capacidade de atrair eventos.
No início do desenvolvimento
turístico de uma cidade ou região, a estratégia de maior resultado é o da
organização de eventos. Esses eventos programados para tratar dos mais variados
assuntos podem ajudar e muito para o equilíbrio do mercado turístico. O mercado
turístico pode sofrer variações que determinam seu desequilíbrio. Uma cidade
que possua vários atrativos, e uma boa estrutura de serviços, passa o ano
inteiro lotada. Por outro lado, se ela depende de praias como seu único
atrativo, ficará cheia no verão, ocorrendo em outras estações à chamada baixa
temporada.
De uma maneira geral podemos
mais sentir a importância do turismo de eventos no momento em que o turismo tradicional
do destino tem seus períodos de alta e baixa estação. Esses reflexos são
percebidos especialmente em cidades e regiões que são eminentemente turísticas,
a necessidade de fomentar eventos nas diferentes estações do ano para que em
havendo um equilíbrio maior no que se refere à demanda também possa manter a
economia mais estável nessas regiões.
As preferências dos
promotores de eventos também são facilitadoras desta tendência uma vez que para
eles realizar um evento em épocas de baixa temporada é a garantia de que
contará com várias opções de locais para sediá-lo e também pela facilidade
maior de reunir um grande numero de participantes na falta de outras atividades
como viagens de férias que impedem muitas vezes um comparecimento que seria
importante nestas ocasiões.
Embora o turista de eventos
tenha motivação em seus interesses profissionais, ele mescla atividades de
lazer nestas ocasiões e ao se interessar pelo que é oferecido na região, em
geral retorna acompanhado pela família e/ou amigos.
Esse tipo de turismo não é
apenas gerador de receita uma vez que também contribui para melhorar a imagem
da cidade que sedia o evento com a divulgação do local, a infraestrutura acaba
sendo melhorada como consequência da vinda desses eventos para as cidades, além
do ganho no aspecto social com a manutenção de maior nível de emprego.
Portanto, muitos são os benefícios proporcionados pelo turismo de eventos ao
local onde ele acontece: equilibra a sazonalidade; gera maior rentabilidade,
devido ao alto gasto médio do turista de eventos; potencializa o destino a
receber visitantes que talvez nunca viessem se não fosse pelo evento; e gera
mídia espontânea do destino.
No período de alta estação, Mosqueiro
é invadido por um número, cada vez maior, de pessoas e empresas na busca do
mercado gerado pelos seus visitantes. O resultado é uma soma razoável de
investimentos que, em grande parte não é absorvido pelo comércio permanente,
deixando de gerar emprego e renda para os moradores da Ilha. Considerando a
sobrecarga a que são submetidos os ambientes naturais, os impactos ambientais
não são compensados pelas medidas preventivas, acarretando grandes prejuízos.
No período da baixa estação,
o comércio local amarga pequena demanda que o obriga a demitir, gerando
desemprego e, consequentemente, a redução no poder aquisitivo dos moradores da
Ilha. As empresas que patrocinam e promovem eventos não mostram interesse neste
período. O poder público, diante do alto custo de alguns sistemas, costuma
desaparelhar suas estruturas comprometendo os serviços, principalmente aqueles
ligados ao saneamento como a coleta de lixo, limpeza de logradouros, dentre
outros. Neste caso, o resultado é um quadro social e econômico profundamente
desfavorável.
Assim sendo, em Mosqueiro, a
sazonalidade, típica da atividade turística e em especial do veraneio tem sido
uma das grandes dificuldades a serem enfrentadas pelo poder público,
comerciantes e, principalmente, pelos moradores que tem de enfrentar a instabilidade
da economia local. A proposta de Realização de Eventos no período de Baixa
Estação se apresenta estratégica por ser instrumento eficaz para enfrentar essa
realidade adversa.
De qualquer forma precisamos
refletir sobre os eventos a serem apoiados. Vale tudo? Claro que não, esses
eventos devem ter as seguintes características: identidade com a cultura local;
compromisso com a sustentabilidade ambiental, social e econômica de Mosqueiro;
e, compromisso com a geração de renda para a população residente.
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