Farol de Mosqueiro

Farol de Mosqueiro
Farol de Mosqueiro

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Reflexões sobre a emancipação de Mosqueiro (II)

Não faz muito tempo que as pessoas diziam em alto e bom som que no dia em que Mosqueiro elegesse um vereador e este fizesse parte da base aliada do prefeito, as coisas iriam melhorar. Hoje nós temos uma vereadora eleita por votos majoritariamente de Mosqueiro e outro vereador com expressiva votação no Distrito. Ambos fazem parte de partido que apoia o prefeito na Câmara Municipal. Seguindo o raciocínio de muitos, os nossos problemas estavam resolvidos ou, pelo menos, encaminhados. Infelizmente esta não é a realidade que vivemos, o sentimento de insatisfação e decepção vem aumentando vertiginosamente, fazendo crescer o sentimento emancipacionista.

É sobre o grupo que defende a emancipação que gostaria de falar. Conheço muitos que integram este grupo e que já me disseram – não estamos mais aguentando tanta incompetência, entra governo e sai governo e a coisa só piora. Esses eu sei que são pessoas decentes onde o posicionamento a favor da emancipação reflete uma situação de quase desespero. Por outro lado, estamos presenciando diversas pessoas defenderem a emancipação porque vislumbram alguma chance de se dar bem e não de fazer o bem. Existem aqueles que almejam cargos políticos (prefeito ou vereador); outros os cargos de DAS que seriam criados sem precisar fazer concurso; e também os que pretendem fazer “bons negócios” com o novo governo. O descaramento é tanto que existem pessoas já lançando as suas candidaturas nas redes sociais ou se transformando em indivíduos simpáticos, bem diferentes do que foram até os dias de hoje.

Voltando a falar em nossos vereadores eu gostaria de salientar um aspecto no mínimo curioso. Como é que a vereadora alega simpatia pela causa da emancipação, justificada pelas enormes dificuldades que nós moradores enfrentamos, quando ela detém a maioria das nomeações dos cargos de confiança da Agência Distrital e se diz amiga do Prefeito? Os vereadores não são responsáveis diretos pela construção e manutenção das escolas, construção e manutenção de Hospitais e Postos de Saúde, limpeza pública, ordenamento do transporte público, pavimentação de ruas, essas são tarefas que cabem ao Prefeito e a sua equipe. Aos vereadores cabem duas tarefas fundamentais: aprovar as leis e fiscalizar as ações do Prefeito. Como a Vereadora vai fiscalizar o Prefeito se ele nomeou diversas pessoas por indicação dela? Na hora em que ela cobrar alguma coisa ou se manifestar contrariamente aos interesses do prefeito ele exonera todo mundo. A conclusão que chego é que se a nossa situação não é boa, não será a vereadora que irá brigar para as coisas melhorarem.


Enquanto o processo está estagnado, pois a Presidente Dilma vetou o Projeto de Lei na íntegra, devemos estar atentos para o que realmente precisamos - políticas públicas responsavelmente construídas. A participação da sociedade na construção dessas políticas é fundamental e para que isso se materialize precisamos regulamentar o Conselho Distrital previsto no Sistema de Planejamento e Gestão – SIPLAG. Essa, sim, é uma tarefa dos nossos vereadores. Neste Conselho teremos a participação paritária do governo e da sociedade permitindo a construção de uma gestão compartilhada. Imagine a diferença entre o Conselho planejar as ações que devem ser realizadas em Mosqueiro e um pequeno grupo se reunir na casa da vereadora para executar esta mesma tarefa. Qual dessas situações lhe parece legítima? Precisamos que os políticos reconheçam e legitimem os mecanismos que permitam ao cidadão participar da construção do futuro do lugar onde moram e provavelmente irão morar seus descendentes. Digo e repito, Mosqueiro precisa de pessoas que façam por ele e não de pessoas que querem se fazer em Mosqueiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário