(Ilustração de D'Arccy Albuquerque)
Em rodas de amigos onde se reúnem pessoas que tiveram
oportunidade de passar férias em Mosqueiro, não é raro que o assunto se
encaminhe para que alguém conte alguma história divertida vivida por ele ou por
algum conhecido seu. Quando o assunto é travessura, não podemos esquecer de
dois irmãos, os gêmeos Alexandre e
Joseph Farah. Filhos de Raymundo e Maria de Lourdes Farah, os farahzinhos ,
como eram conhecidos por todos que freqüentavam a ilha nos anos 50 e 60, eram
dois que pareciam um, mas valiam por dez, segundo Leonam Cruz, amigo da
família.
A história aqui relatada foi registrada no primeiro livro
publicado pelos irmãos Farahs e se passa na véspera de Natal, no bairro do
Farol. Naquela época, era comum algumas famílias abastadas de Belém,
proprietárias de belas residências, passarem as férias escolares de final de
ano em Mosqueiro. Isto incluía o Natal.
As festas natalinas promovidas por estas famílias eram
tão animadas que se transformavam em atrações na ilha. Depois dos festejos, as
crianças se recolhiam aos seus quartos. Elas ficavam ansiosas pela chegada do
Papai Noel, que traria os presentes delas atendendo aos pedidos feitos em
cartas enviadas com a devida antecedência. Entre as crianças estavam os irmãos
Farahs. Fingindo que iam dormir sossegados, ficavam à espreita observando, por
entre as frestas da porta, a chegada do Bom Velhinho. O que não demorava para
acontecer.
Certo dia, Yêda, irmã dos farahzinhos, os procurou para
fazer uma confissão: “Eu descobri que aquela história de Papai Noel é uma
fraude, uma grande mentira, e tenho como provar”. Depois do desabafo ela levou os
dois à, casa do caseiro Manoel Cearense onde encontraram as roupas de Papai
Noel e três sacos de cetim vermelho com os nomes das famílias de Raymundo
Farah, Pedro de Castro Álvares e Marcos Athias.
Embora entristecidos com a descoberta, não perderam a
viagem e resolveram aprontar mais uma... Trocaram as etiquetas com os nomes dos
destinatários.
O que, no primeiro momento, foi uma decepção logo se
transformou em uma grande diversão para os gêmeos travessos. A exemplo de anos
anteriores, foram se recolher cedo para esperar o desenrolar dos fatos. Por
meio das frestas das portas e janelas puderam, em meio a gargalhadas, observar
três “Papais Noeis” atrapalhados. Eles corriam de uma casa para a outra,
pulavam os muros com os sacos nas costas tentando desfazer o engano. A esta
altura eles nem imaginavam como aquilo tinha acontecido, afinal haviam
conferido tudo com antecedência.
Se você participou ou testemunhou alguma história
divertida em Mosqueiro, escreva para o e-mail edujcbrandao@gmail.com, nossa intenção
é selecionar e publicar no Blog Mosqueiro Pará Brasil. Considero muito
importante trazer para o conhecimento de nossos leitores um pouco do
significado que a Ilha tem para uma geração que trás consigo as lembranças
agradáveis de uma época, em que as travessuras tinham a intenção de divertir e
animar aqueles que delas participavam.
Um Feliz Natal para
todos!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário